Guia Completo para Iniciantes – Entendendo o Universo do Odoo com Foco no CE e Módulos da OCA
28 de março de 2025🌍 ANTIGUIDADE OCIDENTAL
1. Homero (séc. VIII a.C.) – Odisseia
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Contexto: A ética da Grécia arcaica valoriza virtudes como hospitalidade (xenia), generosidade, honra e coragem. A xenia é uma obrigação sagrada entre anfitrião e hóspede.
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Exemplo de trecho:
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Livros VI–VIII: Ulisses é acolhido pelos feácios (rei Alcínoo), que o recebem generosamente sem saber sua identidade.
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Livro XIV: Ulisses, disfarçado, é bem recebido por Eumeu, o porcoeiro — um exemplo de generosidade sem interesse.
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Referência: HOMERO. Odisseia. Trad. Carlos Alberto Nunes. São Paulo: Martin Claret, 2001.
2. Platão (427–347 a.C.) – República e Banquete
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Contexto: A generosidade aparece nas discussões sobre a justiça (República) e o amor (Banquete), como uma virtude que se realiza no desejo de bem para o outro, e no papel do filósofo como alguém que compartilha o saber.
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Trechos recomendados:
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República, Livro II (360e–363e): Críticas à justiça como convenção, e caminho para a ideia do bem comum.
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Banquete, 204c–206a: O amor é descrito como o desejo de gerar na beleza — uma forma elevada de generosidade criativa.
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Referência: PLATÃO. A República / O Banquete. Trad. Maria Helena da Rocha Pereira. Lisboa: Gulbenkian, 2006.
3. Aristóteles (384–322 a.C.) – Ética a Nicômaco
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Contexto: Generosidade é tratada como virtude da liberalidade (eleutheriotēs), que se refere ao uso adequado de bens. Aristóteles define a virtude como um meio-termo entre extremos.
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Capítulo-chave:
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Livro IV, capítulos 1 e 2 (1120a–1122a): Discussão da liberalidade e magnificência.
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Ele distingue entre generosidade como virtude da doação e megalopsychía (grandeza de alma).
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Referência: ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. Trad. Mário da Gama Kury. São Paulo: Ed. UNESP, 1995.
4. Cícero (106–43 a.C.) – Dos Deveres (De Officiis)
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Contexto: Obra voltada ao filho, oferecendo conselhos morais baseados em filosofia estoica e tradição romana. Generosidade aparece como beneficentia e liberalitas, fundamentais à convivência cívica.
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Capítulo-chave:
- Livro I, seções 42–59: Trata da justiça e da liberalidade — quando, como e para quem dar.
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Referência: CÍCERO. Dos Deveres. Trad. Aafke M. I. C. Heinsbroek. São Paulo: Martins Fontes, 2004.
5. Sêneca (4 a.C.–65 d.C.) – Da Beneficência (De Beneficiis)
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Contexto: Para os estoicos, a virtude depende da razão. Sêneca dedica esta obra inteira ao tema da generosidade (beneficência), discutindo como dar corretamente, sem humilhar o outro ou esperar retorno.
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Capítulo-chave:
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Livro I, seções 1–10: Introduz o conceito de benefício (generosidade).
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Livro II, seções 1–6: A importância da intenção e da liberdade no ato de dar.
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Referência: SÊNECA. Da Beneficência. Trad. Ana Paula de Souza. São Paulo: Edipro, 2022.
🌏 ANTIGUIDADE ORIENTAL
6. Confúcio (551–479 a.C.) – Analectos
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Contexto: A virtude fundamental no confucionismo é o ren (benevolência, humanidade). Trata-se de cultivar relações sociais harmoniosas, começando pelo cuidado e generosidade com os próximos.
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Trechos recomendados:
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Livro IV, 15: “O homem de benevolência deseja estabelecer os outros como estabelece a si mesmo.”
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Livro XII, 22: “A humanidade consiste em amar os outros.”
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Referência: CONFÚCIO. Os Analectos. Trad. André Bueno. Petrópolis: Ed. Vozes, 2019.
7. Laozi (séc. VI–IV a.C.) – Dao De Jing (Tao Te Ching)
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Contexto: A generosidade é vista como expressão do sábio, que se doa espontaneamente porque está em harmonia com o Dao (caminho natural). A virtude não é imposta, mas flui naturalmente.
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Capítulos recomendados:
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Capítulo 49: “O sábio é bom com quem é bom e com quem não é bom.”
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Capítulo 81: “O homem bom não acumula: quanto mais dá, mais possui.”
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Referência: LAOZI. Dao De Jing. Trad. Huberto Rohden. São Paulo: Martin Claret, 2002.
8. Buda (c. 563–483 a.C.) – Dhammapada
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Contexto: A prática do dāna (generosidade) é uma das bases da conduta budista. Ela purifica a mente e ajuda a abandonar o ego. Dar é um ato de compaixão e desapego.
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Versos recomendados:
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Verso 224: “O generoso é querido por todos.”
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Verso 177: “O homem que viveu com generosidade, verdade e coragem deixa um nome honroso.”
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Referência: BUDA. Dhammapada. Trad. Bhikkhu Dhammasiri. São Paulo: Pensamento, 2007.